segunda-feira, 16 de abril de 2012

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) AUTORIZA A MULHER A INTERROMPER A GRAVIDEZ EM CASOS DE FETOS ANENCÉFALOS


“Os príncipes dos sacerdotes e os escribas buscavam um meio de matar Jesus,
mas temiam o povo” (Lc 22, 2).

No caso de nossos magistrados do STF nem ao povo eles temem.  Todos estamos sabendo que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a interrupção de gravidez em casos de fetos anencéfalos.  Lamentavelmente, ao legalizar esta prática, o aborto de anencéfalos não será mais configurado como crime. Isto é um retrocesso. Nossa sociedade está caminhando para um caos moral. Parece que o ser humano está perdendo o senso do que é certo ou errado.  Está acontecendo uma inversão de valores. Aliás, nossa sociedade brasileira está carente de valores humanos que favoreçam a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.  Precisamos urgentemente mudar este quadro.
É triste constatar que mais uma vez a cultura de morte impera sobre a vida justamente neste tempo litúrgico de Páscoa em que celebramos a vitória sobre a morte. Em Cristo ressuscitado, a morte foi vencida. Justamente neste tempo em que celebramos a vitória da vida sobre a morte nos deparamos com esta lamentável notícia do STF que legaliza um instrumento de morte que é o aborto de anencéfalos. Para nós cristãos e católicos, esta notícia nos deixou muito entristecidos.  “A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é sagrada e sua dignidade inviolável” (CNBB). Portanto, Todos os seres humanos, desde sua concepção, têm direito à vida. Não precisamos nem ser religiosos para aceitar esta verdade. Ou seja, a defesa da vida, independentemente de sentimentos religiosos, é um sentimento de todos. O ser humano, naturalmente, luta, com todas as suas forças, para defender sua própria vida e a vida dos seus semelhantes. A descriminalização do aborto é, sem sombras de dúvida, um atentado contra a vida, direito fundamental previsto na Constituição de 1988. A vida é dom de Deus. Ele é o dono da vida. E como tal, ele tem a chave para abrir e para fechar. De nossa parte, só nos resta a responsabilidade de administrar bem este dom. E todo nosso empenho deve ser no sentido de promoção, manutenção e desenvolvimento da vida em todas as suas dimensões.
Qual é a diferença entre matar um bebê que sorridente alegra o coração de uma mãe e um bebê que ansiosamente espera por nascer? Qual é a diferença entre matar uma pessoa adulta e um feto indefeso no ventre de sua mãe? Sim, existe uma diferença. O adulto pode se defender; o feto, no ventre materno, é indefeso. Então, por que uma lei para matar um indefeso e outra para proteger quem tem condições de se defender?
Uma vez que o aborto de anencéfalos é legalizado, resta-nos dizer que, como cristãos e católicos, repudiamos esta lei. Nossa lei não é deste mundo, nossa lei é a de Deus. E a lei de Deus é AMOR. Quem ama não mata. Uma mãe que tem o coração conduzido pela lei da Deus jamais permitirá que seu filhinho seja morto antecipadamente, mesmo sabendo que sua vida terá pouca duração.
Será de suma importância que o leitor conheça a Nota da CNBB, da Conferência Nacional dos bispos do Brasil, que logo após a conclusão do julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54, manifestou-se lamentando a decisão. No texto, os bispos afirmam que "Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais é descartar um ser humano frágil e indefeso".
Que a Mãe de Jesus nos ajude nesta luta em favor da vida dos inocentes. À semelhança de Maria, sejamos tementes a Deus e, como discípulos de Jesus, sejamos promotores da vida para que cada criança seja acolhida com amor, reconhecida como pessoa e tenha a garantia do seu direito fundamental à vida desde a sua concepção.
Dom Celso A. Marchiori
Bispo Diocesano de Apucarana.

Um comentário:

  1. É isso aí Dom Celso, temos que gritar em favor deste inocentes que são julgados sem direito a defesa. Quem nos garantirá que estes médicos não irão diagnosticar todos os abortos por eles cometidos, como anencéfalos, simplesmente para justificar os atos por eles realizados???? Que Deus tenha misericórdia de nós e que Maria, nossa Boa Mãe interceda por nós.

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