“Os príncipes dos sacerdotes e os escribas buscavam um meio de matar
Jesus,
mas temiam o povo” (Lc 22, 2).
No caso de nossos magistrados do
STF nem ao povo eles temem. Todos
estamos sabendo que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a interrupção de
gravidez em casos de fetos anencéfalos. Lamentavelmente,
ao legalizar esta prática, o aborto de anencéfalos não será mais configurado
como crime. Isto é um retrocesso. Nossa sociedade está caminhando para um caos
moral. Parece que o ser humano está perdendo o senso do que é certo ou
errado. Está acontecendo uma inversão de
valores. Aliás, nossa sociedade brasileira está carente de valores humanos que
favoreçam a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Precisamos urgentemente mudar este quadro.
É triste constatar que mais uma
vez a cultura de morte impera sobre a vida justamente neste tempo litúrgico de
Páscoa em que celebramos a vitória sobre a morte. Em Cristo ressuscitado, a
morte foi vencida. Justamente neste tempo em que celebramos a vitória da vida
sobre a morte nos deparamos com esta
lamentável notícia do
STF que legaliza um instrumento de morte que é o aborto de anencéfalos. Para
nós cristãos e católicos, esta notícia nos deixou muito entristecidos. “A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da
vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é
sagrada e sua dignidade inviolável” (CNBB). Portanto, Todos os seres humanos,
desde sua concepção, têm direito à vida. Não precisamos nem ser religiosos para
aceitar esta verdade. Ou seja, a defesa da vida, independentemente de
sentimentos religiosos, é um sentimento de todos. O ser humano, naturalmente,
luta, com todas as suas forças, para defender sua própria vida e a vida dos
seus semelhantes. A descriminalização do aborto é, sem sombras de dúvida, um
atentado contra a vida, direito fundamental previsto
na Constituição de 1988. A
vida é dom de Deus. Ele é o dono da vida. E como tal, ele tem a chave para
abrir e para fechar. De nossa parte, só nos resta a responsabilidade de
administrar bem este dom. E todo nosso empenho deve ser no sentido de promoção,
manutenção e desenvolvimento da vida em todas as suas dimensões.
Qual é a diferença entre matar um
bebê que sorridente alegra o coração de uma mãe e um bebê que ansiosamente
espera por nascer? Qual é a diferença entre matar uma pessoa adulta e um feto
indefeso no ventre de sua mãe? Sim, existe uma diferença. O adulto pode se
defender; o feto, no ventre materno, é indefeso. Então, por que uma lei para
matar um indefeso e outra para proteger quem tem condições de se defender?
Uma vez que o aborto de
anencéfalos é legalizado, resta-nos dizer que, como cristãos e católicos, repudiamos
esta lei. Nossa lei não é deste mundo, nossa lei é a de Deus. E a lei de Deus é
AMOR. Quem ama não mata. Uma mãe que tem o coração conduzido pela lei da Deus
jamais permitirá que seu filhinho seja morto antecipadamente, mesmo sabendo que
sua vida terá pouca duração.
Será de suma importância que o
leitor conheça a Nota da CNBB, da Conferência Nacional dos bispos do Brasil,
que logo após a conclusão do julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54, manifestou-se
lamentando a decisão. No texto, os bispos afirmam que "Legalizar o aborto
de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais é
descartar um ser humano frágil e indefeso".
Que a Mãe de Jesus nos ajude nesta
luta em favor da vida dos inocentes. À semelhança de Maria, sejamos tementes a
Deus e, como discípulos de Jesus, sejamos promotores da vida para que cada
criança seja acolhida com amor, reconhecida como pessoa e tenha a garantia do seu
direito fundamental à vida desde a sua concepção.
Dom Celso A. Marchiori
Bispo Diocesano de Apucarana.
É isso aí Dom Celso, temos que gritar em favor deste inocentes que são julgados sem direito a defesa. Quem nos garantirá que estes médicos não irão diagnosticar todos os abortos por eles cometidos, como anencéfalos, simplesmente para justificar os atos por eles realizados???? Que Deus tenha misericórdia de nós e que Maria, nossa Boa Mãe interceda por nós.
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